O diabetes é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma verdadeira pandemia global, afetando mais de 400 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, aproximadamente 8% da população convive com essa condição, e o mais preocupante é que cerca de metade dessas pessoas não sabe que tem a doença.
Detectar o diabetes precocemente e iniciar o tratamento adequado é essencial para evitar complicações graves, comuns nas fases mais avançadas da enfermidade. Entre os principais fatores que contribuem para o seu desenvolvimento estão a alimentação desequilibrada, o excesso de peso e a falta de atividade física.
O endocrinologista Diego Fernández, diretor do grupo 2.0 da Sociedade Espanhola de Diabetes (SED), destaca que a doença muitas vezes passa despercebida porque seus sintomas não causam dor e são pouco conhecidos. Segundo ele, muitos pacientes descobrem o diagnóstico durante consultas médicas feitas por outros motivos.
O corpo, no entanto, costuma enviar sinais de alerta que não devem ser ignorados, especialmente por quem tem histórico familiar da doença, está acima do peso, possui hábitos alimentares pouco saudáveis ou pratica pouco exercício físico. Entre esses sinais, estão:
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Visão embaçada: o excesso de açúcar pode afetar temporariamente a visão, causando borrões e dificuldades para focar.
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Sede constante: o organismo, ao perder líquidos pela urina, envia a necessidade de repor água.
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Perda de peso inesperada: a glicose alta leva o corpo a buscar energia na gordura armazenada.
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Fadiga persistente: o corpo perde água e energia tentando eliminar o açúcar em excesso, além da dificuldade das células em absorverem a glicose.
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Infecções recorrentes: níveis elevados de açúcar favorecem o aparecimento de infecções de pele, vias respiratórias e trato urinário.
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Feridas de cicatrização lenta: a circulação prejudicada dificulta o fechamento de cortes e aumenta o risco de infecções.
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Urinar com mais frequência: o corpo tenta eliminar o excesso de glicose, aumentando a ida ao banheiro, especialmente à noite.
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Formigamento nas mãos e pés: danos nos nervos periféricos podem causar dormência, queimação ou sensações estranhas nas extremidades.
A prevenção do diabetes tipo 2 passa por mudanças simples, porém consistentes no estilo de vida. Uma alimentação balanceada, com baixo consumo de açúcares e carboidratos simples, associada à prática de atividade física regular — pelo menos 30 minutos diários —, pode reduzir significativamente o risco de desenvolver a doença.
Além disso, manter um peso saudável e fazer check-ups periódicos para avaliar a glicemia são medidas fundamentais, principalmente para quem pertence ao grupo de risco. O diagnóstico precoce não só aumenta as chances de controle, mas também evita complicações que podem afetar órgãos vitais como rins, olhos, coração e nervos.
Outro ponto importante é cuidar da saúde emocional. O estresse crônico pode desregular hormônios e contribuir para alterações na glicose, dificultando o controle da doença. Técnicas como meditação, respiração profunda, terapia e atividades prazerosas ajudam a manter o equilíbrio físico e mental.
Por fim, é fundamental ter consciência de que o diabetes não precisa ser uma sentença definitiva de limitações. Com acompanhamento médico, mudanças no estilo de vida e disciplina no tratamento, é possível viver de forma plena e saudável, reduzindo ao máximo o impacto da doença no dia a dia.